Dominguez Alvarez, Bairro de pescadores (1929, Museu do Chiado - Museu Nacional de Arte Contemporânea)
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Esta imagem (re)descobri-a na página de Facebook, do Museu Nacional de Arte Contemporânea, numa rúbrica intitulada «O que esta obra me conta», que está a ser publicada durante o confinamento. O texto, que acompanha este quadro, é de Emília Ferreira, actual directora do Museu. No último parágrafo do texto (ler aqui na íntegra), a autora diz:
«Nesta obra Bairro de Pescadores, de 1929, o mesmo ano da exposição colectiva do seu grupo + Além, integrada na sua chamada fase vermelha, a paleta viva e cheia de contrastes não deixa, contudo, de criar uma composição inquietante na sua solidão absoluta, no vazio de pessoas, nas linhas instáveis do casario e na ausência de sombra. Os barcos estão a seco, puxados para terra. A luz é incerta, abrindo-se no branco das paredes, mas com desigual iluminação, deixando clara a vontade de escapar a um registo de rigoroso realismo. Há tanto de impossível nesta paisagem instável como de magnético. E o silêncio que daqui emana é a grande força que nos impele à demora frente a esta pintura, como se olhássemos para dentro da própria preciosidade e fragilidade da vida».
Nota final: Verifiquei que já coloquei esta pintura duas outras vezes aqui no blogue, o que confirma que gosto mesmo dela.
1 comentário:
Já passei pela rubrica «O que esta obra me conta» que acho muito interessante.
Bom dia!
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