Com votos de saúde e felicidades!
Do livro Traité du Langage Symbolique, Emblématique et Religieux des Fleurs, de Casimir Magnat (A. Touzet, 1855, Cornell University Library)
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«O botequim do Nicola ficava no local onde se encontra actualmente o Café Nicola, do Rossio, mas um pouco mais avançado. O prédio não era bem como é agora e ocupava também a parte onde foi durante muitos anos a sucursal de O Século e hoje é a sucursal do Jornal de Notícias. Na área em que está actualmente o café, era a parte propriamente dita do botequim e ao lado era o salão de bilhares. O gerente, José Pedro da Silva, tornar-se-ia célebre em Lisboa, por ter sido grande amigo do Bocage (...)».
«(...) foi conhecido por Marrare do Polimento, por o revestimento interior ser de madeira polida. Foi um café romântico, um reduto de janotas da época e teve também uma frequência de literatos e políticos. (...) Mas o que, sobretudo, contribuiu para o bom nome da casa, foi o bife à marrare, alto, do pojadouro, frito em frigideira de ferro, com molho de natas. Foram frequentadores assíduos do Marrare do Polimento, Garrett (...), Castilho e até Alexandre Herculano, quando ia tratar dos seus negócios de azeite com o Jerónimo Martins, não se dispensava de lá ir beber o seu café».
Para além da curva da estradaTalvez haja um poço, e talvez um castelo,E talvez apenas a continuação da estrada.Não sei nem pergunto.Enquanto vou na estrada antes da curvaSó olho para a estrada antes da curva,Porque não posso ver senão a estrada antes da curva.De nada me serviria estar olhando para outro ladoE para aquilo que não vejo.Importemo-nos apenas com o lugar onde estamos.Há beleza bastante em estar aqui e não noutra parte qualquer.Se há alguém para além da curva da estrada,Esses que se preocupem com o que há para além da curva da estrada.Essa é que é a estrada para eles.Se nós tivermos que chegar lá, quando lá chegarmos saberemos.Por ora só sabemos que lá não estamos.Aqui há só a estrada antes da curva, e antes da curvaHá a estrada sem curva nenhuma.
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Alberto Caeiro, s.d.“Poemas Inconjuntos”. Poemas Completos de Alberto Caeiro. Fernando Pessoa. (Recolha, transcrição e notas de Teresa Sobral Cunha.) Lisboa: Presença, 1994, p. 129.