terça-feira, 23 de maio de 2023

Toponímia


Armando Maia Serôdio, Outeirinho da Amendoeira antes de remodelado (1962, Arquivo Municipal de Lisboa)
-
«Nos mais remotos tempos o que primeiro ocorria era derivar os topónimos ou de particularidades e acidentes dos locais, ou de nomes e alcunhas dos indivíduos que neles tinham residência ou propriedades.
Os primeiros ou podiam provir das disposições do terreno ou do local, quer devidas à natureza, quer à indústria humana, ou então às culturas e espécies vegetais do local, que feriam a atenção. Vamos citar alguns nomes de locais e vias públicas de Lisboa, tanto antigas como modernas, cuja origem se pode filiar nestas particularidades dos terrenos ou dos locais.

a) Devidas a circunstâncias naturais:

Achada (planície e meia encosta dum monte),
Águas Boas,
Algés (gipso, pedra de gesso?),
Arroios,
Baixa (entre os Montes do Castelo e de S. Francisco),
Barroca (rocha de barro ou piçarra),
Brancos da Sé (local perto da Igreja da Sé que não conseguimos identificar),
Bela Vista,
Boa Vista,
Combro (Cômoro?),
Costa (encosta do Monte do Castelo),
Furnas,
Lage,
Lapa,
Montes Claros,
Outeirinho,
Pedras Negras,
Pedreira,
Penha,
Rego, regueira, regueirão,
Ribeira (orla fluvial da Cidade),
Rio Seco,
Salitre (mina deste mineral),
Sete Rios (difíceis hoje de identificar),
Vale,
Vargem (várzea, campo plano semeado).»
(continua)  
-
A. Vieira da Silva, «Origens e motivos dos topónimos de Lisboa», in Olisipo, N.º 47, Julho de 1949, pp. 148-149.
Nota: Vieira da Silva refere a hipótese de Lisboa significar água boa, citando o Padre A. Veloso, «Esta palavra "Lisboa"», Brotéria, Fevereiro de 1949.

3 comentários:

APS disse...

Um texto muito elucidativo e curioso.
Bom dia.

MR disse...

Tenho de ler o artigo do padre A. Veloso que não conheço. Até já o devia ter feito porque li este artigo de Vieira da Silva.
Obrigada por este post.

Margarida Elias disse...

APS - O Vieira da Silva é sempre interessante. Boa tarde!

MR - Também fiquei com curiosidade. Boa tarde!