segunda-feira, 25 de maio de 2009

A Cerâmica de Manuel Cipriano Gomes Mafra

Peça cerâmica de Manuel Cipriano Gomes Mafra, Jarrão Cobras (Museu de Cerâmica, Caldas da Rainha).
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Manuel Cipriano Gomes (1829-1905) nasceu em Mafra e por isso ficou conhecido pelo nome de Manuel Mafra. Ainda jovem foi viver para as Caldas da Rainha, onde trabalhou numa fábrica de cerêmica de Maria dos Cacos. Mais tarde ficou com essa fábrica, a qual passou a gerir com a sua família. Desenvolveu um tipo de cerâmica muito característico, utilizando motivos vegetalistas e zoomórficos, dando um aspecto decorativo às suas peças. Vendendo inicialmente em feiras, D. Fernando II interessou-se pela sua obra e deu-lhe o estatuto de fornecedor da Casa Real. Por intermédio do rei, ou de outros interessados na arte cerâmica, tomou contacto com o estilo Palissy. Este fora um artista francês da Renascença que desenvolveu um tipo de cerâmica inspirado na natureza. A sua obra fora redescoberta no Seculo XIX e inspirou o desenvolvimento decorativo da cerâmica europeia. Manuel Mafra juntou o vocabulário tipo Palissy às suas peças cerâmicas criando um estilo único e de grande qualidade, que mereceu ser premiado em exposições internacionais.
No Museu de Cerâmica das Caldas da Rainha abriu agora uma exposição sobre o ceramista, tendo eu colaborado no catálogo e na realização de alguma pesquisa. A exposição era para ter inaugurado em Dezembro de 2005, no centenário da sua morte, mas só agora se conseguiu realizar.
Para quem gosta de cerâmica vale a pena o passeio. O próprio Museu vale a visita. Além da colecção que tem obras de Rafael Bordalo Pinheiro e Manuel Gustavo, entre outros, o espaço é muito agradável. O edifício principal é um palacete que pertenceu ao Visconde de Sacavém e tem um jardim bem arranjado, com azulejos, alguns deles decorados com poemas.
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Texto de Margarida Elias.

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