quarta-feira, 27 de maio de 2009

Somos filhos da madrugada

Fotografia de Margarida Elias (Ameal, 2009).

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Não sei se é sempre assim, mas o que é verdade é que já vi muitas vezes o nascer do sol desde que tenho filhos. Não me importa e até acho alegre olhar pela janela a essa hora - quando está bom tempo. Muitas vezes digo, para comigo, que a Teresa é a minha estrela da Aurora. O Tiago, mais dorminhoco, é o meu Sol das 9 da manhã.
Por vezes, faz-me lembrar a música do Zeca Afonso, que acho lindíssima e que deixo aqui registada:

Canto Moço

Somos filhos da madrugada
Pelas praias do mar nos vamos
À procura de quem nos traga
Verde oliva de flor no ramo
Navegamos de vaga em vaga
Não soubemos de dor nem mágoa
Pelas praias do mar nos vamos
À procura de manhã clara.
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Lá do cimo de uma montanha
Acendemos uma fogueira
Para não se apagar a chama
Que dá vida na noite inteira
Mensageira pomba chamada
Mensageira da madrugada
Quando a noite vier que venha
Lá do cimo de uma montanha.
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Onde o vento cortou amarras
Largaremos p'la noite fora
Onde há sempre uma boa estrela
Noite e dia ao romper da aurora
Vira a proa minha galera
Que a vitória já não espera
Fresca, brisa, moira encantada
Vira a proa da minha barca.
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