Jean-Baptiste-Camille-Corot, Campagne de Naples (1840-45) e Bateau près d'une rivière (c.1862, Fondation Collection E. G. Bührle Zurique).
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Corot é um dos meus pintores preferidos e uma das razões porque fico fascinada com as suas obras é pela maneira como pintava a folhagem das árvores, que dava uma sensação onírica às suas paisagens. Há uns anos, no Museu Gulbenkian, cheguei a ficar emocionada, de uma forma inexplicável, perante uma pequena pintura de Corot. Por um lado esta questão remete-me para um texto de James Elkins sobre «Pictures and Tears: A history of people who have cried in front of paintings», que trata da emoção que podemos ter perante uma obra de arte. Contudo, o texto de Elkins refere-se a situações mais objectivas, onde os motivos da emoção são explicáveis. No meu caso, contudo, é apenas um detalhe que corresponde à maneira como Corot representava a folhagem das árvores, uma espécie de segunda assinatura do artista nas suas obras. Daqui transito para o livro de Daniel Arasse, intitulado Le Détail, onde, a dado momento, ele diz: «(...) il est bon de revenir à une question laissée en suspens: au ras du tableau, que cherche son spectateur et qu'y trouve-t-il? Qu'est-ce qui le pousse ainsi à se rapprocher de la peinture, à y faire le détail? Et que se passe-t-il quand, soudainement ou progressivement, le spectateur s'attache au détail ou quand un détail l'apelle?»
8 comentários:
Corot é o artista que mais tem pinturas e retrados de ciganos em sua coleção e para o seu tempo. São inúmeras telas, nunca depressiativas.
Aprendi a respeitar o seu trabalho através dos olhos com que pintou o povo romaní.
bjs nossos
Eu tive, também, uma experiência muito singular, mas com Da Vinci, no Louvre. Aqui, há muitos anos, antes de entrar no Museu, disse para comigo: "Não vais perder tempo com a «Mona Lisa» - conheces a reprodução, de fio a pavio."
Mas, depois, fiquei "hipnotizado", em frente ao quadro, quase meia hora...
Cozinha dos Vurdóns: Tem graça, porque já vi as pinturas de Corot inúmeras vezes e nunca notei nesse aspecto. Vou revê-las! Bjs!
APS: É de facto extraordinária a emoção que uma obra de arte nos pode causar. Acho que é isso que a torna especial e não meramente um objecto decorativo... Bom feriado!
Margarida,
Senti a emoção que retrata com Botticelli, A Primavera e o Nascimento da Vénus.
com Apolo e Dapne e Santa Teresa de Ávila de Bernini
A Vitória de Samotrácia...
É difícil de fazer uma escolha porque a lista seria grande mas os que assinalei marcaram-me.
Ana: É realmente difícil escolher... Bjs!:)
Tal como a Ana, emocionei-me a ver a Vitoria de Samotracia no Louvre. A Pieta de Miguel Angelo no Vaticano e o Guernica no Centro de Arte Rainha Sofia em Madrid tocaram-me bastante. E depois certos locais... Os vitrais da Sainte Chapelle em Paris fazem-me sempre respirar fundo, a pintura do tecto da Opera Garnier em Paris por Chagall tambem me deixou encantada...como dizes e difil escolher...;-)
Sandra: É verdade. E é interessante ver que diferentes obras vão tocando de maneira diferente as várias pessoas. Bjs!
Algumas pra você Margarida,
http://cozinhadosvurdons.blogspot.com.br/2011/11/poesia-de-spatzo-e-as-telas-de-corot.html
bjs nossos
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