quinta-feira, 6 de março de 2014

Hipnotismo

E. M. de Melo e Castro, Hipnotismo (1962)
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«Mesmo um exame superficial da história revela que nós, seres humanos, temos uma triste tendência para cometer os mesmos erros repetidas vezes. Temos medo dos desconhecidos ou de qualquer pessoa que seja um pouco diferente de nós. Quando ficamos assustados, começamos a ser agressivos para as pessoas que nos rodeiam. Temos botões de fácil acesso que, quando carregamos neles, libertam emoções poderosas. Podemos ser manipulados até extremos de insensatez por políticos espertos. Dêem-nos o tipo de chefe certo e, tal como o mais sugestionável paciente do terapeuta pela hipnose, faremos de bom grado quase tudo o que ele quer - mesmo coisas que sabemos serem erradas». 
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4 comentários:

Presépio no Canal disse...

Acho que podemos e devemos manter um certo distanciamento crítico face aos políticos e tudo o resto. Pessoalmente, prefiro analisar caso a caso, ou seja, ver como estamos em termos de indicadores nas diversas áreas, para perceber o que está a correr bem e a melhorar e o que precisa de ser alterado e corrigido (procuro evitar ser sectária o mais possível). Assim como há políticos dentro do mesmo partido que gosto e já outros que dispensava bem.
Também não acho correcta a postura de culpar ou responsabilizar os governantes por tudo. Acho que devemos começar primeiro por nós. Por exemplo: concordamos com o actual sistema eleitoral? Caso contrário, o que fizémos nós para promover uma alteração? Lembrei-me disso agora por causa do sistema das eleições locais de cá que prefiro ao daí. Aqui votamos no deputado local que mais nos agrada e a partir daí resulta o conselho municipal e a câmara. Raramente há maiorias, tal como no governo, o que obriga a coligações e a programas de entendimento (o chamado polder model).
Acho que aqui há mais decoro...
Não há reformas douradas para ninguém. Acabou o mandato, vai para a fila de desemprego como os outros. E a maioria vai de bicicleta para o Parlamento e até o Primeiro-Ministro continua a fazer voluntariado. Assim como também há limites para o vencimento de gestores públicos que não pode exceder o vencimento do primeiro-ministro.
O poder aqui também é muito descentralizado e a comunidade é chamada a participar com muita frequência. Enviam cartas a pedir a opinião para tudo e mais um par de botas. Isto sem contar que as comunidades são chamadas a participar no terreno, por exemplo, na prevenção e vigilância do bairro, etc, etc.
Ou seja, quanto mais informados, participativos e responsáveis os cidadãos, menos espaço há para hipnotismos.
;-)
Beijinhos!!
PS: Desculpa lá o entusiasmo do comentário. Mas agora vamos ter eleições locais e tenho de estudar bem os candidatos para ver em quem vou votar. São tantos...Vou ter de fazer uma pré-selecção...

Margarida Elias disse...

Acho que esse sistema holandês é melhor do que o português. Seja como for, acho que o problema não está só na política em geral, mas nas pessoas em particular. Acho condenável que as pessoas, sobretudo em cargos de importância, se contentem com as aparências. Acho condenável a falta de brio e de vergonha. Acho condenável o desrespeito pelos outros seres humanos. Sobretudo os políticos e as pessoas que têm mais poder (= dinheiro) são os que devem dar o exemplo. Parece-me que há muito boa gente a agir de acordo com: «faz o que eu digo, não faças o que eu faço». Acho que devíamos todos pensar por nós próprios e assumirmos a responsabilidade das nossas decisões / acções. No que respeita à política portuguesa, o que mais me aborrece é que se fala muito em Portugal e pouco dos portugueses e das pessoas que vivem em portugal. Resumindo: preocupam-me mais as pessoas do que os países... Preocupam-me mais os direitos humanos (e o planeta Terra) do que o ratings... c'est tout!! Beijinhos!

Presépio no Canal disse...

Disseste bem, Margarida.
E, por isso mesmo, os maus gestores públicos deviam ser julgados e não lhes deviam ser atribuídas pastas similares noutros orgãos públicos, e quem diz os gestores públicos, diz os políticos que lesam o país. Mas, para as pessoas estarem mais defendidas, acho que o sistema eleitoral tinha de mudar. Nós vimos isso aqui quando o Partido anti-islâmico venceu em Almere, nas últimas eleições locais. Mesmo assim, eles não conseguiram ir para a Câmara. Ficaram na oposição. Os partidos mais moderados é que formaram a actual coligação devido às características do sistema eleitoral.
Outro aspecto que noto aqui é a descentralização do poder, o que torna tudo mais ágil, mais próximo dos cidadãos (mesmo na época em que estivémos sem governo, durante vários meses, não notei as pessoas tensas).
Acho que, neste tipo de sistema, as pessoas ficam mais protegidas. As situações mais frágeis são logo detectadas e a comunidade entra logo em acção. Digamos que é um poder mais próximo das pessoas, mas também é um poder onde as pessoas participam mais.
Beijinhos!! :-)

Margarida Elias disse...

E assim deveria ser para ser realmente democracia... Bjns!