sábado, 23 de maio de 2015

Tranquilidade?

William Merritt Chase, Brooklyn Landscape (1886, Albrecht-Kemper Museum of Art, Saint Joseph)
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Quando coloquei inicialmente esta pintura pensei em tranquilidade, mas logo a palavra se desvaneceu. Há uma tranquilidade aparente, é verdade. Contudo, independentemente de uma interpretação sociológica (realista ou pessimista) que pode afirmar que muito se pode ocultar atrás das aparências; a própria estrutura do quadro induz uma sensação de dinamismo, devido às diagonais que nos empurram, visualmemte para o ponto de fuga, situado junto da casa. O que ficará atrás desses muros, nesta paisagem onde a vida humana potencialmente se esconde atrás das suas construções? Será tranquilo lá atrás? Fica a curiosidade - e curiosidade não é tranquila. 
A propósito, lembro um texto de Osho, que encontrei no Citador:

«- É muito simples! - respondeu Diógenes. - Se eu posso descansar e viver uma vida calma sem ter conquistado o mundo, o que te impede a ti de fazer o mesmo? O rio é grande e eu não tenho qualquer objecção a fazer. Podes ocupar o lugar que quiseres - mesmo que queiras o meu lugar, eu posso mudar de sítio. Descansa agora, se desejas descansar. Descansa agora. Agora ou nunca.»

4 comentários:

Presépio no Canal disse...

:-) Talvez seja impressão minha, mas, muitas vezes, em Portugal, parece-me que há um preconceito contra o descanso. Parece que temos de andar sempre a mil a hora, caso contrário, parece mal.
A tranquilidade faz falta: para pensarmos melhor, tomar decisões mais acertadas, cuidar do próximo, da nossa saúde, estar mais em contacto com a vida e com aqueles que nos são queridos.
Beijinho e Bom Sábado!

Margarida Elias disse...

Talvez tenhas razão, mas pensava que esse era um mal do nosso tempo e não de Portugal.
Vivemos tempos pouco tranquilos, é verdade. Mas também julgo que é preciso haver equilíbrio entre a tranquilidade e agitação, i.é, deve haver um tempo para tudo. Beijinhos e bom Sábado!

ana disse...

Adorei o seu texto e o de Osho.

Há de facto movimento nesta tela mas parece-me tranquilo.
Beijinho.:))

Margarida Elias disse...

Creio que a nossa agitação interior também influencia a nossa percepção. Beijinhos, Ana!