Paul Gauguin, The first flowers (1888)
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«(...) E certa manhã de Abril, Oriana acordou ainda mais cedo do que o costume. Mal o primeiro raio de sol entrou na floresta, ela saiu de dentro do tronco do carvalho onde dormia. Respirou fundo os perfumes da madrugada e fez uns passos de dança. Depois penteou os cabelos com os dedos das mãos a fazerem de pente e lavou a cara com orvalho. - Que manhã tão bonita! - disse ela. - Nunca vi uma manhã tão azul, tão verde, tão fresca e tão doirada. E foi pela floresta fora dançando e dizendo bom-dia às coisas. Primeiro acordaram as árvores, depois os galos, depois os pássaros, depois as flores, depois os coelhos, depois os veados e as raposas. A seguir, começaram a acordar os homens. (...)»
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Sophia de Mello Breyner Andresen, A Fada Oriana.
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2 comentários:
Um belo conto e um belo trecho seleccionado. Sigamos o exemplo de Oriana, de estarmos despertos para as maravilhas da natureza. Adorei a parte em que ela lava o rosto com orvalho.
Boa Primavera!
Sandra - Gosto muito de Sophia de Mello Breyner e esta história é muito bonita. Beijinhos e boa Primavera!
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