quarta-feira, 8 de junho de 2016

Teófilo Braga

Columbano Bordalo Pinheiro, Teófilo Braga (1917, Museu da Presidência da República)
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Columbano já conhecia Teófilo Braga (1843-1924) pelo menos desde 1880, quando participou nos festejos do Tricentenário de Camões, em Junho de 1880, e também quando, igualmente em 1880, colaborou na revista dirigida por Teófilo e Abílio Costa Lobo intitulada À Volta do Mundo, Em 1910, quando da questão da bandeira republicana, sendo Teófilo presidente do Governo Provisório, Columbano fez parte da Comissão que desenhou a nova bandeira verde e vermelha, que Teófilo Braga defendia contra a vontade de Guerra Junqueiro, que desejava manter as cores branca e azul.
O retrato para a Galeria de Presidentes foi pintado em 1917. De acordo com Raul Brandão, o «retrato de Teófilo feito pelo Columbano é uma figura dramática. Quem lida com ele diz que Teófilo fala, fala sempre e diz mal de tudo e de todos (…).
«Sempre agarrado aos seus livros, às suas ideias, à sua obra (…), aos seus princípios, atinge o tamanho e a majestade duma árvore secular»
A maneira como Vital Fontes. mordomo do Palácio de Belém, se recordava de Teófilo Braga era também de alguém que estava mais seguro entre os seus livros. Mesmo durante o Governo Provisório, exclamou: «Se ao menos tivesse aqui os meus livros! Se pudesse trabalhar nas minhas coisas!». No segundo mandato, isto é, dois anos antes do retrato feito por Columbano, era ainda nos livros que pensava: «(…) andava cada vez mais alheado de tudo, mais simples, mais modesto, sentindo mais saüdades dos seus livros, tantas, que algumas vezes aparecia com êles debaixo do braço, e para ali ficava, a lê-los, e a tomar apontamentos».
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Bibliografia:
Raul Brandão, Memórias, Tomo II, Lisboa, Relógio d’ Água, 1999.
Vital Fontes, Servidor de Reis e de Presidentes, Lisboa, Editora Marítimo Colonial Lda., 1945.

2 comentários:

Presépio no Canal disse...

Gosto especialmente deste e do anterior (o de Manuel de Arriaga).

Beijinho! :-)

Margarida Elias disse...

Sandra - Também é o meu preferido, mas o de Arriaga é igualmente muito bom (embora mais formal). Beijinhos!