Georgio Braunio Agrippinate, Urbium Praecipuarum Mundi Theatrum Quintus (séc. XVI, Biblioteca da Ajuda, Lisboa)
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Escreveu Vieira da Silva, em 1945: «Os nossos
escritores dos séculos XVI e XVII, no empenho de enaltecerem as belezas da
cidade, e de compará-la com a capital do grande império romano, chegando a
classificá-la augusta émula de Roma, imaginaram-na assente sôbre uma
série de montes ou colinas, pelas quais distribuíram as freguesias da cidade. /
(...). / A classificação e descrição dos montes foi feita, por aqueles escritores,
mais pelo aspecto que se disfrutava do Tejo, do que pela sua rigorosa
disposição ortográfica» (Silva, 1945, 3). No mesmo artigo, explicou que as primeiras
colinas a serem descritas (por Cristóvão Rodrigues de Oliveira) eram apenas quatro, tendo Damião de Góis encontrado mais uma. Foi Fr. Nicolau de Oliveira (em 1620) que, para «estabelecer o paralelo
da cidade com Roma» encontrou sete montes: São Vicente, Sto. André, Castelo, Sant’Ana, São Roque, Chagas e Santa Catarina.
Vieira da Silva demonstrou então que a ideia era sobretudo poética e simbólica, mas não deixa de ter alguma graça. Como escreveu Ferreira de Andrade: «Lisboa cresceu, alargou-se, rompeu muralhas, ultrapassou vales, conquistou novos horizontes, galgou novas terras - mas continuou sempre na Literatura e na Lenda, na História e no cancioneiro popular como a cidade das sete colinas».
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