terça-feira, 20 de setembro de 2022

Da Vida na Terra

Rudistas* (in Stop - Pelos Caminhos da Azambuja)
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«Se imaginássemos a história da Terra, com os seus 4500 milhões de anos comprimidos num dia normal de 24 horas, a vida começaria muito cedo, por volta das quatro horas da madrugada, com o aparecimento dos primeiros organismos unicelulares simples, mas depois não avança mais durante as 16 horas seguintes. Só quase às 20h30m, depois de terem passado cinco sextos do dia, é que o planeta tem alguma coisa concreta para mostrar ao Universo, uma fina camada de inquietos micróbios. Depois, por fim, aparecem as primeiras plantas marinhas, seguidas, 20 minutos mais tarde, das primeiras alforrecas e da enigmática fauna ediacarana (...). Às 21h04 m entram em cena os trilobites, seguidos mais ou menos pelos simétricos seres de Burgess Shale. Pouco antes das 22h00m, começam a surgir as plantas em terra. Pouco depois, a menos de duas horas do fim do dia, surgem os primeiros seres terrestres.
Graças a uns dez minutos de clima ameno, às 22h24m a Terra está coberta das grandes florestas carboníferas cujos resíduos nos fornecem todo o nosso carvão, e manifestam-se os primeiros insectos voadores. Os dinossáurios aparecem em cena, caminhando pesadamente, pouco antes das 23h00m, e aguentam o balanço durante uns três quartos de hora. Aos 21 minutos para a meia-noite desaparecem, e começa a era dos mamíferos. Os humanos surgem um minuto e 17 segundos antes da meia-noite (...)».
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Bill Bryson, Breve História de Quase Tudo, Lisboa, Bertrand, 2012, 506-507.
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Nota: Bivalves do Cretáceo (extintos), que me andam a fascinar desde que fui ao Pavilhão do Conhecimento, em Agosto passado, e descobri que são fósseis muito comuns nas pedras usadas para a construção:
«Os rudistas fazem parte do liós, desde há muito utilizado na construção. Em Lisboa, podem ser observados quer nos edifícios mais antigos, quer nos mais recentes, dado que desde sempre se preconizou o aproveitamento dos recursos geológicos existentes na região, como era o caso. Constitui um tipo de rocha muito apreciado dada a sua beleza, chegando ao ponto, de por vezes, ser substituído por uma pintura que se pretendia simular a rocha original, baseada numa técnica específica, o trompe l'oeil.» (in Stop - Pelos Caminhos da Azambuja)

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