Nina Tokhtaman Valetova, Star Atlas (2019)
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«(...) Cada átomo que possuímos já passou com certeza por variadíssimas estrelas e foi parte de milhões de organismos pelo caminho, até se tornar parte de nós. Todos nós somos tão atomicamente numerosos, e tão vigorosamente reciclados no momento da nossa morte, que uma parte significativa dos nossos átomos (...) já terá pertencido a Shakespeare. Outros mil milhões pertenceram a Buda, e outros a Gengis Khan, e outros a Beethoven, ou a qualquer outra figura histórica que o leitor escolher. (Ao que parece, as personagens têm que ser históricas, para que haja tempo suficiente para os átomos se redistribuírem; isto significa que, por mais que queiramos, ainda não estamos em comunhão de átomos com o Elvis Presley)».
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Bill Bryson, Breve História de Quase Tudo, Lisboa, Bertrand, 2012, p. 209.
2 comentários:
São autênticas histórias de outro mundo, difíceis de imaginar...
Li, em tempos, que provavelmente o mesmo ar que passa pelos nossos pulmões, também já passou pelos de Júlio César.
Bom dia.
APS - É muito interessante. No mesmo livro há outra passagem onde diz que o ADN humano tem de certeza muitas ligações (os mesmos genes), pelo facto de terem existido menos pessoas no passado do que as que existem hoje em dia. Assim, os ascendentes comuns são muito prováveis:
«(...) O leitor nunca poderia estar aqui se não tivesse havido um pouco de incesto (...), embora num grau de parentesco geneticamente discreto. De facto, se tiver uma relação com alguém da sua própria raça e país, há fortes probabilidades de vocês serem, até certo ponto, parentes. (...) Quando alguém se gabar de ser descendente de Shakespeare (...), o leitor deverá responder de imediato: "Também eu!" No sentido mais literal e fundamental, somos todos família.» (p. 598) Bom dia!
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