Gustave Courbet, Jura landscape (c. 1868, in Christie's).
---
John Ruskin, em «The Lamp of Memory»*, escrevendo sobre a paisagem de Jura, a certa altura diz:
«It would be difficult to conceive a scene less dependent upon any other interest than that of its own secluded and serious beauty; but the writer well remembers the sudden blankness and chill which were cast upon it when he endeavoured, in order more strictly to arrive at the sources of its impressiveness, to imagine it, for a moment, a scene in some aboriginal forest of the New Continent. The flowers in an instant lost their light, the river its music; the hills became oppressively desolate; a heaviness in the boughs of the darkened forest showed how much of their former power had been dependent upon a life which was not theirs, how much of the glory of the imperishable, or continually renewed, creation is reflected from things more precious in their memories than it, in its renewing. Those ever springing flowers and ever flowing streams had been dyed by the deep colours of human endurance, valour, and virtue; and the crests of the sable hills that rose against the evening sky received a deeper worship, because their far shadows fell eastward over the iron wall of Joux, and the four-square keep of Granson».
De cada vez que leio estas palavras, a minha reacção instintiva é pensar: não pode ser, a beleza de uma paisagem está para além da história, da memória e da interpretação que temos dessa paisagem, é intrínseca à própria natureza.
Porém, quando releio este excerto, pondero se Ruskin não terá razão. É certo que com o passar do tempo a nossa percepção do mundo vai-se alterando e a maneira como olhamos uma paisagem (ou um quadro, ou até uma pessoa) também vai diferindo. Com o tempo, descobrimos algo que não tínhamos visto antes, vemos beleza ou sentimos desagrado onde antes nada sentíamos - ou sentíamos algo diverso. A paisagem (como nós a entendemos) é mais sentida, pensada e construída, do que real. No fundo, voltamos à questão, será que uma árvore que cai no meio da floresta, se ninguém ou nada a estiver a ouvir, produz barulho? É evidente que a realidade exterior é objectiva e existe sem a nossa existência, mas aquilo que nós valorizamos nessa mesma realidade é subjectivo. A natureza renova-se, mas nós também mudamos. E é por isso, que prefiro voltar a um museu ou a um sítio várias vezes, mesmo que por pouco tempo, em momentos diferentes, do que estar muito tempo a tentar captar tudo de uma só vez.
---* The Seven Lamps of Architecture (1849) in Project Gutenberg.
1 comentário:
dskq [url=http://stylomontblancsoldes.fr]mont blanc stylo[/url] eotepk http://stylomontblancsoldes.fr hvgj [url=http://montblancstylopascher.fr]mont blanc[/url] xodxqw http://montblancstylopascher.fr wzsj [url=http://montblancpenscheap.co.uk]cheap mont blanc[/url] hfwazl http://montblancpenscheap.co.uk qbkc [url=http://montblancukstores.co.uk]cheap mont blanc[/url] cjijwv http://montblancukstores.co.uk rmvp [url=http://montblancpensuksale.co.uk]mont blanc[/url] jzwjac http://montblancpensuksale.co.uk nqan [url=http://montblancpensuksale.co.uk]mont blanc[/url] gjeqlu http://montblancpensuksale.co.uk tizw
Enviar um comentário