quinta-feira, 16 de maio de 2019

Andar

João Abel Manta, Pavimento da Praça dos Restauradores (Lisboa)
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«A história começa rente ao solo, com passos. Eles são o número, mas um número que não constitui uma série. Não se pode contá-los porque cada uma das suas unidades é qualificativa: um estilo de apreensão cinestésica. O seu ruído é uma enumeração de singularidades. Os passos, com o seu jogo, modelam os espaços. Eles urdem os lugares. Nesta perspectiva, as motricidades dos peões formam um desses "sistemas reais cuja existência constitui efectivamente a cidades", mas que "não contêm nenhum receptáculo físico". Não se localizam, são elas que se espacializam. Também não estão inscritas num espaço que as contenha, tal como os caracteres chineses que são feitos pelos artesãos, com um dedo, sobre a sua própria mão».
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Michel de Certeau, L'Invention du quotidien - Arts de Faire, p. 179, citado in José Fernandes Pereira, Óbidos, Editorial Presença, 1988, p. 78.

2 comentários:

PNLima disse...

Num bom dia, sem turistas, pode-se apreciar esta calçada extraordinária e seus intricados motivos.
Boa tarde

Margarida Elias disse...

PN Lima - Só ontem descobri que era do João Abel Manta. Tenho de lá voltar. Bjs!