---
Venho da rua. Um inebriamento
De formas e de cores abalou
Um momento o meu ser, onde pousou
Numa interrogação um desalento.
-
No silêncio do lar as mãos ansiosas
Levanto, e cerro os olhos cismador.
Todas as sombras logo em derredor.
De mim vêm alinhar-se carinhosas...
-
- Que tens, pobre ansioso? Duvidaste?
Viste só com os olhos, e cegaste...
Vê com a Alma, amigo. Põe constante
-
O coração nas cousas. Ama, crê!
A verdade é em ti, amigo, sê
Tu mesmo, e achá-la-ás a todo o instante...
---
António Carneiro.
Citado por José-Augusto França (1973).
Sem comentários:
Enviar um comentário