Virgem da Imaculada Conceição (Séc. XVIII, Museu Nacional de Arte Antiga, Lisboa).
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A Iconografia da Imaculada Conceição
Em 1370, Luís
II de Bourbon fundou a Ordem dos Cavaleiros de Nossa Senhora da Esperança,
cuja insígnia representava a Virgem do Apocalipse, coroada de doze estrelas e
com os pés sobre uma lua em quarto-crescente. A sua iconografia correspondia à imagem da Sulamita do Cântico dos
Cânticos, ou da mulher envolta em sol, do Apocalipse, com a lua debaixo dos
pés. Era depois adoptada para representar Nossa Senhora da Conceição, tema que se tornou mais comum na arte religiosa a partir do século XVII, o que se relaciona com o facto de ter sido com os Jesuítas e
depois do Concílio de Trento que triunfou o culto da Imaculada. Em Portugal, foi com a Restauração da Independência que D. João IV
proclamou a Senhora da Conceição como Padroeira do Reino (25 de Março de 1646), o que foi confirmado pelo Papa Clemente X, em 1671.
A iconografia da Imaculada Conceição evoluíu desde o final do Século XV, surgindo na catedral de Cahors, na Capela de Notre Dame, construída em 1484. Em 1492, foi pintada por Carlo Crivelli (National Gallery de Londres) e, em 1498, pelo Mestre de Moulins. Em 1503, surgiu nas Horas para uso de Ruan, de Antoine Vérard. Em 1505, figurava numa das xilogravuras das Horas da Virgem, de Thielman Kerver. Contudo, foi no século XVII que melhor se definiu a sua iconografia.
A iconografia da Imaculada Conceição evoluíu desde o final do Século XV, surgindo na catedral de Cahors, na Capela de Notre Dame, construída em 1484. Em 1492, foi pintada por Carlo Crivelli (National Gallery de Londres) e, em 1498, pelo Mestre de Moulins. Em 1503, surgiu nas Horas para uso de Ruan, de Antoine Vérard. Em 1505, figurava numa das xilogravuras das Horas da Virgem, de Thielman Kerver. Contudo, foi no século XVII que melhor se definiu a sua iconografia.
A Imaculada Conceição é a Virgem eleita antes do seu nascimento. Ela desce do Céu para a Terra para redimnir o pecado de Eva e, sendo assim, opõe-se à Virgem da Assunção, que vai da Terra para o Céu. Os seus olhos estão virados para a Terra,
porque está a descer. Os pés estão sobre a lua em crescente, que representa a sua castidade. A Virgem é por vezes rodeada dos símbolos das Litanias do Loreto, cuja forma actual data de 1576. Pelas Litanias é comparada ao Sol, à Lua, às Estrelas, a um Jardim fechado, à Fonte dos Jardins, a um Poço de Água Viva, ao Cedro do Líbano, à Oliveira, ao Lírio
e à Rosa. É ainda o Espelho sem Mancha, a Torre de David, a Cidade de Deus
e a Porta do Céu. Por vezes, sob os seus pés está o globo e ela pisa uma serpente, que simboliza o pecado de Eva, que ela irá redimir.
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Bibl.:
Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, , Vol. XIII, Lisboa e Rio de Janeiro, Editorial Enciclopédia, pp. 532-533.
Louis Réau, Iconografia del arte cristiano, Iconografia de
la Biblia, Nouvo Testamento, Tomo I, Vol. II, Barcelona, Ediciones del Serbal,
2008 (1.ª ed. P.U.F., 1957) 81-90.
Link: Márcia Bonnet, «Representações da Imaculada Concepção na Imaginária Missioneira da Banda Oriental: questões iconográficas», in Revista Pindorama.
4 comentários:
Rogai por nós,
amém.
A escultura é belíssima e as palavras elucidativas.
Tomo a liberdade de juntar a minha prece a das Cozinhas dos Vurdons. Que a Virgem nos proteja. Amen.
Beijinho para ti, e obrigada por nos trazeres um post tão bonito! :-)
Bjs!!
Digo, Amem. Sorry.
Cozinha dos Vurdóns e Sandra: Só me resta juntar-me à vossa prece e agradecer o comentário. Bjs! :)
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