quinta-feira, 7 de março de 2013

Para o Dia da Mulher - uma descoberta recente (pelo menos para mim)

Hilma af Klint, Självporträtt (Via Nordic Thoughts).
---
Segundo um texto de Álex Vicente, no El País, Hilma af Klint (1862-1944) terá sido a mulher que inventou a abstracção. Resumindo esse artigo, a pintora sueca antecipou-se a Mondrian e a Kandinsky na ruptura com a linguagem figurativa. Gaanhava a vida a vender pinturas de paisagem e realizando desenhos anatómicos para um instituto veterinário. Em privado experimentava outro tipo de pintura inspirada nas forças ocultas, pois era uma aficcionada do espiritismo e da teosofia. No Moderna Museet de Estocolmo faz-se agora uma exposição retrospectiva da sua obra (que termina a 26 de Maio). A história de Hilma af Klint esteve na obscuridade em parte devido à vontade da própria artista, que nunca expôs os quadros abstractos e, antes de morrer (em 1944), pediu que só fossem expostos passados pelo menos vinte anos sobre a sua morte. Somente em 1986, em Los Angeles, foram apresentados pela primeira vez alguns dos seus quadros. Contudo, o seu legado só foi bem conhecido quando o director do museu sueco, Daniel Birnbaum, recebeu uma caixa vinda da ilha de Skeppsholmen, recheada de óleos e aguarelas, estudos e diagramas. Agora que a sua obra foi descoberta, é relevante notar que ela demonstra que as mulheres artistas, do final do século XIX e início do XX, foram capazes de abrir novos caminhos para a pintura (nas palavras de Müller-Westermann, comissária da exposição).

(Link)
---
Evidentemente, que em Portugal a situação era diferente nessa mesma época, por muitas razões que agora não iremos desenvolver. Contudo, não se deverá esquecer o valor e a modernidade de artistas como, por exemplo, Aurélia de Sousa (1867-1922). Acrescente-se que vai agora ser publicado um livro pela Editora Esfera do Caos, intitulado «Mulheres Pintoras em Portugal: De Josefa d’Óbidos a Paula Rego», coordenado por Raquel Henriques da Silva, da Universidade Nova de Lisboa, e Sandra Leandro, da Universidade de Évora. As pintoras analisadas e retratadas neste livro são Josefa d’Óbidos, Joana do Salitre, Josefa Greno, Aurélia de Sousa, Mily Possoz, Sarah Affonso, Vieira da Silva, Graça Morais, Ilda DavId', Ana Vidigal e Paula Rego.

Sem comentários: