José Malhoa, Paisagem - Figueiró dos Vinhos - Abel Manta, Vista de Folgosinho (1925, Museu de Grão Vasco).
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Canto para uma voz II
Fui eu quem desceu à praia.
São de areia as minhas mãos
e são de mar os meus olhos.
(Vou pela vida cantando;
canto triste ou canto alegre
conforme chove ou faz vento)
Fui eu quem desceu ao vale.
São de pedras os meus olhos
e é transparente o olhar.
(Pelo mar vou navegando;
se há vento vou singrando
se não há fico a cismar)
Fui eu quem subiu à serra.
Os plátanos são meus desejos
e os matagais meus caminhos.
(Pelos montes vou consagrando;
tudo o que tenho e não tenho
seja feliz ou não seja).
Fui eu quem deixou a terra,
e pelo mar-oceano
deixou pedaços de olhar.
(Crescem urzes na planície,
sobem ciprestes nos vales
e eu canto triste ou alegre
conforme posso cantar.)
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João Mattos e Silva (1972).
São de areia as minhas mãos
e são de mar os meus olhos.
(Vou pela vida cantando;
canto triste ou canto alegre
conforme chove ou faz vento)
Fui eu quem desceu ao vale.
São de pedras os meus olhos
e é transparente o olhar.
(Pelo mar vou navegando;
se há vento vou singrando
se não há fico a cismar)
Fui eu quem subiu à serra.
Os plátanos são meus desejos
e os matagais meus caminhos.
(Pelos montes vou consagrando;
tudo o que tenho e não tenho
seja feliz ou não seja).
Fui eu quem deixou a terra,
e pelo mar-oceano
deixou pedaços de olhar.
(Crescem urzes na planície,
sobem ciprestes nos vales
e eu canto triste ou alegre
conforme posso cantar.)
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João Mattos e Silva (1972).
4 comentários:
O teu tio tem poemas lindissimos!
Tenho de ver se encontro um livro dele quando for a Portugal.
Beijinhos e uma excelente semana! :-)
Sandra: É verdade, ele e um grande poeta! Bj!
Margarida,
É muito bonito este poema. Tenho o privilégio de conhecer dois livros de poesia, "Intemporal" e "Sem Contorno".
Um lindo poema para começar bem o dia!
Beijinhos. :)
Ana: Ainda bem que gostou. Bj!
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